Raiva, uma palavra, um sentimento que até à bem pouco tempo ainda não tinha sentido, mas o tempo passa e há pessoas que têm o dom de nos mostrarem que existem mais sentimentos sejam eles os bons ou os maus sentimentos. A raiva, deve-se a um acumular de situações que vivemos e que nos deixam tristes e vai acumulando tudo isso até que um dia deixa de ser tristeza ou qualquer outra coisa e passa a ser raiva ou revolta. Vivemos situações que elevam os nossos sentimentos ao máximo no dia-a-dia, e quando menos esperamos temos dentro de nós um enorme bichinho com vontade de explodir. Explodir em lágrimas, em palavras, ou seja lá que for. A vida ensina-nos a lidar e a contornar certas situações, mas não nos ensina a controlar o acumular de muitas situações juntas e se calhar é por isso que quando de certa forma «explodimos» ficamos surpreendidos connosco, com aquilo que somos capazes de fazer e com a maneira de como lidámos quando somos de certa forma pressionados. Juntamos tanta coisa que um dia, mais tarde ou mais cedo, alguém que provavelmente não tem a mínima culpa de nada do que estamos a sentir, vai ter que «levar» com toda a nossa revolta.
É estranha a forma como lidámos com as situações, é estranho que a raiva se transforme em lágrimas e esse momento é horrível, porque tudo o que vivemos de mau é recordado por cada lágrima que cai.
Juliana Rodrigues*
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