Uma história ...

Eles não se conhecem pessoalmente, nunca foram apresentados um ao outro e nunca se falaram, mas isso não impede que se conheçam, pois eles falam um com outro através do olhar, expressam-se através do corpo, coisas que ambos pensam não ter a mínima importância, para quem está de fora parece adivinhar uma futura relação entre ambos, cheia de cumplicidade e química, coisas que eles mesmo sem se conhecer, têm. Declaram-se um ao outro sem precisarem de palavras, apenas com gestos, olhares e faces coradas, quando passam um pelo outro, ou desviam o olhar para não caírem na tentação, ou olham fixamente até um deles desaparecer do campo de visão do outro.
Conheço muito pouco ou nada dele, mas ele não me parece do tipo de pessoa que cora por tudo e por nada, não me parece do tipo de pessoa que fica embaraçado com qualquer situação e o que eu vejo dele quando se aproxima dela, é que ele cora, pára de dizer aquilo que estava a dizer, talvez com medo de dizer alguma asneira perto dela e há que dizer que ele fica sempre um bocadinho embaraçado.
Quanto à parte dela, por vezes tenta negar aquilo que sente, mas no fundo ela sabe que gosta dele, o facto de ouvir o nome dele faz com que o seu coração acelere, o facto de pensar que ele tem namorada destrói-a por dentro, apesar de se querer manter forte e de quase não mostrar, o facto de gostar dele faz com que o procure no meio da multidão até o encontrar e ver que ele está bem.
Eu acho, que ambos procuram um pelo outro, e quando os olhares se cruzam, nenhum deles sabe o que fazer, se devem continuar a olhar-se, ou se devem desviar o olhar, como se os seus olhos se tivessem encontrado por acaso, coram os dois e depois como se estivessem sincronizados viram as caras ao mesmo tempo e sorriem com aquele sorriso parvo, típico de quem está apaixonado.
São dois adolescentes que vivem o que sentem como se fossem crianças, de uma forma pura e divertida.
Pode ainda não ser amor, mas tem tudo para sê-lo !

Juliana Rodrigues*
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