Vida Real*

Sabem aqueles filmes que nos fazem pensar que tudo é perfeito? Aqueles filmes em que vão a passar montes de pessoas no corredor e o olhar de uma rapariga e de um rapaz se cruzam e é logo amor à primeira  vista e depois é tudo perfeito? Ou quando as raparigas deixam cair os livros e se baixam para os apanhar ao mesmo tempo que o rapaz, e nesse instante as mãos deles tocam-se, os olhares cruzam-se, ambos sorriem e começa um grande amor? Aqueles filmes em que a amizade é perfeita e é realmente para sempre? Aqueles filmes em que os maus da fita têm o final que merecem? Aqueles filmes em que os criminosos vão presos e têm a pena merecida? Aqueles filmes em que as «mentiras têm mesmo perna curta»? Aqueles filmes em que toda a gente, ajuda toda a gente? Aqueles filmes em que há apenas um único amor e é para sempre?
São filmes, apenas isso, filmes! A vida real não acontece assim, a vida real não é assim tão linear, a vida real não é assim tão fácil. Esses "contos de fadas" e filmes da Barbie, passam a imagem de um mundo que não é real, um mundo que não existe realmente.
O amor não acontece apenas com um olhar. Os rapazes (em geral) não são simpáticos ao ponto de apanharem os livros que caíram, aliás mandam as raparigas apanhá-los e ainda mandam bocas foleiras. A amizade tal como outro qualquer sentimento, tem altos e baixos, não é perfeita e por vezes "perdemos" aqueles que julgávamos serem os nossos amigos para a vida. Os maus da fita, continuam a ser os maus da fita, nada lhes acontece. Os criminosos, vão passar uma noite à cadeia, comem de borla e saem de lá no dia seguinte como se nada se tivesse passado. As mentiras, por vezes, são descobertas demasiado tarde. As pessoas não são tão prestáveis como aparentam ser. O amor, é uma questão muito mais complicada do que esses filmes fazem transparecer.
Os nossos sonhos, as nossas ações, os nossos pensamentos, retratam muitas vezes o que é "relatado" nesses filmes. Está na altura de abrirmos os olhos para a realidade e vermos que os filmes, são isso mesmo, filmes, não é real.

Juliana Rodrigues*