Não sei ser diferente ...


Se um dia alguém me faz mal, eu sou capaz de perdoar, mas perdoar não implica esquecer aquilo que nos fizeram. Eu não consigo esquecer quem me fez mal, pode ser um defeito enorme, mas eu não consigo.
A vida põem-nos montes de pessoas pela frente, nós "seleccionámos" os nossos amigos, que são (supostamente) aqueles que nos querem bem, aqueles que nos dizem aquilo que acham de nós sem precisarem de rodeios e de falinhas mansas, aqueles que tratamos como se fossem do nosso sangue. Tenho vindo a perceber que se calhar os amigos são mesmo uma quantidade reduzida, as pessoas não têm a noção do quanto magoam com as suas atitudes, com as suas palavras. Quando eu penso que está tudo bem, quando penso que encontrei realmente as pessoas certas, que encontrei realmente alguém capaz de ter uma amizade de verdade, eis que surgem "as bocas mal mandadas", as verdades não contadas, as histórias distorcidas, tudo o que não se quer numa amizade.
Querem que eu esqueça que falam de mim nas costas, querem que eu esqueça que me mentiram, querem que eu esqueça que me traíram, querem que eu esqueça tudo o que de mal me fizeram? Desculpem mas não consigo ser assim, não consigo esquecer, não sou capaz.
Podem achar que é um defeito muito grande, mas para mim é o meu modo de defesa. Se alguém me fez mal, é normal que eu fique com "o pé atrás" com essa pessoa e assim eu sei que se me magoaram uma vez podem muito bem voltar a fazê-lo, mas aí eu já não serei surpreendida, aí eu estarei preparada e estarei pronta para contra-atacar.
É a minha maneira de ser, é a minha maneira de me defender dos outros, é a minha maneira de me defender do Mundo, se calhar não é a maneira mais correta, mas é a minha maneira de ver o Mundo.

Juliana Rodrigues*

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