Catequese


Olá, como provavelmente não sabem eu sou catequista, neste momento catequista dos meninos do segundo ano, e é precisamente disto que vos venho falar hoje.

Vou primeiro contar-vos como tudo aconteceu. Estava eu quase a iniciar o décimo primeiro ano, quando me perguntaram se eu queria ser catequista, uma vez que a paróquia não tinha catequistas suficientes. Eu achava que poderia ser uma experiência interessante, mas como sabem sou um bocadinho tímida do e ia ser complicado ter que lidar com pessoas que não conhecia. Depois soube que havia a possibilidade de uma amiga minha também ser catequista e aí foi muito mais fácil aceitar a proposta. Perguntaram se tínhamos alguma preferência pelo ano de catequese, e como eu tinha os meus primos no segundo ano, escolhi o segundo ano. Mais tarde, informaram-nos que o segundo ano já tinha imensos catequistas e que o primeiro não tinha ninguém, e lá fomos nós, dar catequese aos meninos que vinham pela primeira vez à catequese que precisavam de alguém que estivesse pronto para os acolher de braços abertos. Durante todo o primeiro ano de catequese, não fiz muito mais para além de controlar o modo como eles se comportavam, as minhas intervenções eram curtas e eu estava muito bem assim, não gosto de falar muito. Uma ou duas sessões tive que ser eu a dá-las e havia sempre um bocadinho de receio de falhar e de dizer alguma coisa incorreta à frente daquelas crianças. O primeiro ano passou e ganhei um carinho muito especial por cada um deles, têm personalidades completamente diferentes e são as crianças mais barulhentas do mundo, quando querem, mas também se sabem portar bem e sabem fazer as coisas bem feitas, é uma questão de motivação.

O segundo ano ia começar e não havia sequer a hipótese de os "abandonar", enquanto houvesse tempo era continuar, mas infelizmente, alguns dos elementos do grupo de catequistas tiveram que sair e por isso, haviam três catequistas para três grupos diferentes, não havia possibilidade de continuarmos a ser uma dupla a dar catequese. Tive que assumir um grupo, sozinha. Nos primeiros tempos custou ter que ser a falar para eles sobre tudo e ainda tinha a responsabilidade de não me poder esquecer de nada, mas com o tempo fui-me habituando. Hoje já não custa nada. Temos que arranjar o nosso próprio método e uma maneira para lidar com cada um deles, porque são seres humanos e como tal não são todos iguais, precisámos de lidar com eles de forma personalizada, não basta seguirmos um livro ou um guião que nos diz como fazer as coisas, é preciso colocar personalidade naquilo que fazemos.

Muito provavelmente, não vou poder continuar esta aventura, porque há uma universidade ou uma escola naval, ou seja lá o que for à minha espera, e por isso não poderia estar a vir a casa todos os fins-de-semana. É pena ter que os deixar agora. Adoro trabalhar com eles, tenho a certeza que serão adultos fantásticos e eu vou ficar a torcer por todos eles, quero que continuem assim felizes e divertidos. Tenho imenso orgulho neles, naquilo que eles evoluíram nestes dois anos e sou completamente babada por eles, não importa o quão mal eles se vão portar na catequese, eu sei que me chateio com eles mas no minuto a seguir não resisto àqueles olhinhos. O que vai custar agora vai ser deixá-los.

«De todas as obras de Deus a mais perfeita foi a criança.
Elas fazem-nos amar e acreditar mais na vida.»


Fiquem bem e sejam felizes, 
Ju

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