Uma aventura no secundário # 2


Olá, hoje vim falar da minha experiência no secundário, de uma forma mais particular, vim falar do lado emocional desta experiência. Sei perfeitamente que como seres humanos vivemos as coisas de forma diferente e também as sentimos de formas diferentes, deste modo queria apenas dizer que aquilo que foram os melhores anos da vida para uns, podem não ter sido grande coisa para outros.

No início desta aventura posso dizer-te que a primeira coisa que senti foi medo. Medo de perder os meus amigos, medo de nunca mais falar com aquelas pessoas que eram tudo para mim, medo de me perder num mundo que não me pertencia. O medo ainda não desapareceu, aliás, desapareceu durante um ano e voltou a assombrar-me no dia em que descobri que na minha turma de 12 º ano não havia uma única pessoa que eu conhecesse minimamente.
Depois do medo, senti-me muito perdida, houve aulas em que eu não ouvi uma única palavra do que o professor estava a dizer porque estava ocupada a ver quem eram as pessoas que estavam comigo na sala e depois de muito observar cheguei à conclusão que estava sozinha, mesmo no meio de trinta pessoas eu sentia-me sozinha, feliz ou infelizmente, isto só aconteceu no 10 º ano, no 12 º estava demasiado ocupada a tentar perceber o que os professores diziam, não tinha tempo de perceber que estava sozinha.
Já tinha sentido medo, já me tinha sentido perdida, estava na altura de sentir triste, e assim foi, quantas vezes me apeteceu levantar da cadeira e sair a correr da sala porque estava quase a chorar? Perdi a conta, foram demasiadas. Estava triste, precisava dos meus amigos, precisava de um abraço sentido e de um sinal de que não estava sozinha. O sinal demorou a chegar mas chegou. 
Estava na altura de sentir alguma coisa boa e senti, senti-me feliz, quando descobri que havia pessoas que gostavam de mim. Ganhei amigos e esses amigos fizeram de mim uma pessoa feliz, ou pelo menos tentaram. Amizade e lealdade são as palavras que caracterizam o meu 11 º ano, confiei naquelas pessoas, dei-lhes o melhor de mim e esperei o melhor delas. Destes três anos de secundário, se tivesse que escolher o ano em que fui mais feliz, esse ano seria sem dúvida o 11 º . Foi neste ano que me senti feliz, foi neste ano que me senti integrada.
E como o que é bom acaba depressa, o 12 º ano, trouxe alguns sentimentos menos bons de volta e voltei a sentir medo, voltei a sentir-me desintegrada. Mas este foi o ano em que cresci mais como pessoa. As pessoas da minha última turma não sabem quase nada sobre mim, isto porque eu não me dei a conhecer, não estava na minha zona de conforto e estar calada pareceu-me a melhor opção. Foram pessoas impecáveis comigo, não tenho razão de queixa mas neste caso, o problema era mesmo eu. Apesar de não saberem nada sobre mim, acrescentaram muito à minha personalidade. Não sou a mesma pessoa que entrou naquela escola no início do ano. Tornei-me uma pessoa mais espontânea, mais explosiva, mais defensora das suas causas, se é que isto existe. Pode não parecer mas isso aconteceu e não é mau, pelo contrário, considero isto uma vantagem.
Resumindo, o meu secundário não foi a aventura da minha vida, acredito que para muitos tenham sido os melhores anos de sempre, para mim foram só mais três anos, ganhei tanto quanto perdi, por isso, no final das contas ficou tudo como estava. Como é lógico nesta publicação não consegui relatar todos os sentimentos que tive no secundário e, muito provavelmente, ficaste a pensar que eu odiei esta etapa da minha vida, não é verdade, mas na próxima publicação eu explico e venho falar sobre a parte "amorosa" destes meus últimos três anos.

Fica bem e sê feliz, 
Ju.

Comentários

Mensagens populares